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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Respostas para as questões de discussão com base nos textos:

1) Considerando as transformações decorrentes do processo de globalização, das mudanças no mundo do trabalho e do novo caráter do Estado, discuta o papel das metrópoles na contemporaneidade.
R: A exclusão e as desigualdades que marcam a trajetória das metrópoles brasileiras vem sendo acentuadas pela integração do país à dinâmica da globalização. Com a produção flexível constitui-se um território em rede, onde as cidades, os polos e regiões transformam-se em pontos e nós dos fluxos de uma rede imensa e articulada.
As transformações contemporâneas do capitalismo estão igualmente associadas a um conjunto de medidas para resgatar a taxa de lucro, assegurar a competitividade e viabilizar a dinâmica globalizada do processo de acumulação. Estas medidas ainda envolvem a redução das funções do Estado e suas intervenções reguladoras, ênfase nos mecanismos de mercado e o enfraquecimento de articulações entre o mercado, a democracia e a cidadania social.
Para ajustar os trabalhadores aos novos requisitos da produção flexível e do capitalismo globalizado vem ocorrendo uma profunda reestruturação do mundo do trabalho e da própria vida social. Estas transformações têm levado a uma desregulamentação, flexibilização e fragmentação do mercado de trabalho, com a descoletivização, precarização dos contratos, redução dos direitos da ocupação em tempo parcial ou outras formas atípicas de emprego associadas ao crescimento do desemprego, enfraquecendo as identidades tradicionais de classe e restringindo o poder de reivindicação e representação dos trabalhadores.

4) Como se colocaria, na contemporaneidade, a pobreza urbana e quais as principais formas de representação do espaço público utilizados pelos segmentos empobrecidos?
R: A intensidade da pobreza é definida a partir da renda média dos pobres. Sua dimensão vem se acentuando na contemporaneidade em decorrência dos processos de segregação sócio-espacial e segmentação urbana.
Os contornos da pobreza tornam-se cada vez mais delimitados e cristalizados em zonas decadentes das áreas centrais, favelas e loteamentos periféricos. Essa concentração em áreas homogênas afeta as condições de vida e a rede de relações de cada indivíduo, a qualidade dos serviços públicos, a probabilidade de conseguir trabalho gera maior atraso e abandono escolar e gravidez precoce. Além de que os serviços públicos como escolas e postos de saúde localizadas nestas áreas de concentração da pobreza, funcionam mais precariamente. A presença do Estado nestas áreas mais carentes é pautada basicamente pelo controle sociel e pela repressão.
5) Como se apresenta, em termos de "polítcas urbanas", a associação entre o poder público e iniciativa privada?
R: É importante observar que foram as lutas sociais que transformaram a questão social em uma questão política e pública, transitando do domínio privado das relações entre capital e trabalho para a esfera pública, exigindo a intervenção do Estado no reconhecimento dos novos sujeitos sociais como portadores de direitos e deveres, e na viabilização do acesso a bens e serviços públicos pelas políticas sociais.
A esfera pública é espaço de lutas sociais entre diferentes projetos, por vezes antagônicos, e revela a insuficiência da esfera privada para processar novas relações sociais.
O contexto da globalização expressa profundas transformações no movimento de produção e reprodução da vida social, determinadas pelas mudanças na esfera do trabalho, pela reforma do Estado e pelas novas formas de enfrentamento da questão social, com grandes alterações nas relações público/privado.

Referências:
CARVALHO, Inaiá Maria Moreira de.Globalização, metrópoles e crise social no Brasil. EURE (Santiago) [online]. 2006, vol. 32, n.95, pp.5-20.
RAICHELIS, Raquel. Gestão pública e a questão social na grande cidade. Lua Nova, São Paulo, 69:13-48,2006.


terça-feira, 5 de julho de 2011

Violência nas escolas (bullying)

            A violência é algo que sempre esteve presente na história da humanidade, o que muda segundo Wieviorka (2007) “(...) são suas percepções e os comportamentos em relação a ela”.

            Quando se fala em violência urbana, não se pode deixar de lado a questão da violência dentro das escolas, já que este é um assunto que vem aparecendo de forma cada vez mais significativa em nossa sociedade, entre todos os envolvidos no processo educativo.
            Uma das formas mais recorrentes é a violência entre os próprios alunos, o chamado bullying que é um termo da língua inglesa, que se refere às atitudes agressivas e repetidas contra um determinado individuo sem um motivo aparente, envolvendo intimidação, apelidos, isolamento social, agressão verbal e até mesmo agressão física entre outros.
            Segundo a Pesquisa Nacional de saúde do escolar (Pense/IBGE 2009) 30% dos estudantes brasileiros estão envolvidos de alguma forma com bullying, seja como agressores, vitimas ou espectadores.
            Geralmente quem pratica o bullying, está em busca de popularidade, já foi vitima desta prática e pretende assim esconder seus medos amedrontando os outros.  De acordo com o site Observatório da infância, os adolescentes que praticam bullying pode se tornar adultos com comportamentos anti-sociais, podendo inclusive vir a adotar atitudes criminosas 
            Já as vitimas geralmente são aqueles adolescentes menos sociáveis e ao sofrerem este tipo de agressão acabam por desenvolver problemas psicológicos como depressão, baixa auto-estima podendo em alguns casos mais extremos acarretar em suicídio.
            Outro tipo de bullying que vem aparecendo bastante entre os adolescentes é o cyberbullying, que nada mais é que o bullying praticado na internet, onde através dos diversos sites de relacionamento os adolescentes publicam textos e vídeos que difamam e humilham seus colegas.
            Um dos agravantes do Cyberbullying rapidez com que a informação ofensiva é espalhada, além disso, um maior número de pessoas tem acesso ao conteúdo, aumentando assim a humilhação da vítima.
“hoje a informação em parte, circula no mundo inteiro a velocidade instantânea e, em parte, é facilmente guardada na memória e acessível com não menos facilidade” (WIEVIORKA, 2007: 1150)

            O bullying gera situações de violência que podem se estender em toda a sociedade, uma vez que tanto o adolescente que pratica quanto o que é vitima sofrerão consequências futuras e reproduziram socialmente o que viveram na escola.
            Portanto, é preciso levar em consideração que não só a vitima dessa violência precisa de atenção, mas também o agressor, pois é a partir do conhecimento e entendimento dos motivos que o levaram a agir de forma agressiva que se possibilitará a adoção de medidas adequadas para solucionar o problema.
            E preciso que haja um olhar mais atento tanto da escola quanto da sociedade para este problema, mas sem culpabilizar os “agressores” e suas famílias, mas que se faça nas escolas trabalhos voltados para a questão do respeito próprio e para com os colegas.
            Em discussão sobre bullying em seu blog, o professor Marcos ASSI afirma que:

As consequências do assédio moral e físico sofrido por crianças e adolescentes dentro de escolas públicas e privadas – também conhecido pelo termo inglês bullying – já extrapolam os limites da educação e avançam rapidamente sobre os setores de saúde, assistência social e segurança, mas o país ainda engatinha na formulação de políticas públicas de combate ao problema.”

Por: Juliana Viana Zaquieu de Assis
Referências:

Bullying confunde áreas de saúde e educação. Disponível em <http://marcosassi.com.br/bullying-confunde-areas-de-saude-e-educacao> Acesso em: 04 de julho de 2011

Cyberbullying. Disponível em <http://www.brasilescola.com/sociologia/cyberbullying.htm> Acesso em: 04 de julho de 2011.

WIEVIORKA, M. Violência hoje. Ciênc. Saúde coletiva [online]. 2006, vol 11, suppl. , pp. 1147-1153

segunda-feira, 4 de julho de 2011

A violência e o fenômeno do escapismo das elites nas cidades brasileiras

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); órgão oficial do Governo Federal responsável pelos censos demográficos no Brasil, cidade é qualquer comunidade urbana caracterizada como sede de município independentemente de seu número de habitantes, sendo a parte urbanizada de seus distritos considerados prolongamentos destas cidades.
As cidades têm sido constante palco da violência nos últimos tempos. Essa violência das cidades brasileiras pode se expressar nas brigas de trânsito, nos assaltos, nos homicídios, no tráfico, nas brigas de torcidas rivais, no abuso das autoridades policiais e em muitos outros casos observados nestas áreas urbanizadas.
Este fenômeno é influenciado por diversos fatores, entre eles: o desemprego, a deficiência na educação, a falta de investimento em políticas de segurança pública, o desenvolvimento de uma “economia paralela” (tráfico de drogas, comércio de mercadorias roubadas ou falsificadas) e o “consumo” da violência através dos meios de comunicação, internet, vídeo-games e computadores.
Segundo Wieviorka (2006), as representações do fenômeno da violência mudam e novas formas de violência surgem a cada dia. Com isso, modificam-se também as maneiras de se perceber este fenômeno. Estas mudanças são fruto das transformações que ocorrem na sociedade como um todo e vão ser percebidas de diferentes maneiras de acordo com fatores como cultura, classe social, segurança, política, entre outros. É importante que haja uma mobilização para tentar entender melhor o fenômeno, pois isso "(...) faz com que a violência seja cada vez mais considerada aquilo que afeta existências singulares, pessoais ou coletivas, e não apenas, como com frequência ocorre, aquilo que põe em questão a ordem social ou política, o Estado que supõe dela deter o monopólio legítimo."
Também em virtude desta realidade de violência nos espaços urbanos, observa-se uma intensificação no processo de auto-segregação da população, principalmente no caso das camadas mais abastadas. Muitas pessoas tentam “escapar” deste sentimento de insegurança que ronda as cidades brasileiras e buscam novos espaços residenciais que possam fornecer algum tipo de segurança, na maioria dos casos, os condomínios.
Segundo Souza (2000):
“A criminalidade e a insegurança parecem confundir-se com a imagem da cidade tradicional, e o seu agravamento, a partir da década passada, tem feito dessa problemática um fator de estímulo à auto-segregação cada vez mais poderoso.”

Um dos casos de auto-segregação mais conhecidos no estado de São Paulo é o exemplo do Complexo de Alphaville, que corresponde a um dos mais antigos condomínios exclusivos da metrópole. Já no caso do estado do Rio de Janeiro podemos citar os numerosos condomínios da região da Barra da Tijuca. Nos dois casos de “escapismo” das elites, os conjuntos residenciais contam com diversas facilidades que reforçam ainda mais a segregação destes moradores, tais como: agentes de seguranças, quadra de esportes, salões de festas, academias, piscinas, lojas, entre outros.
O escapismo, ainda de acordo com Souza (2000, p.206), é configurado pelo “desejo de apartar-se, deixando de fora de seu território tudo o que for supostamente feio ou perigoso” (...). Assim, estas práticas passam a ser cada vez mais freqüentes na realidade urbana brasileira.
Até os setores mais populares começam a buscar soluções de escapar desta constante “sensação de insegurança”. Já existem, em bairros predominantemente populares, ruas protegidas por grades e portões, às vezes com guaritas, seguranças particulares...o fenômeno da auto-segregação passa a ser algo comum ás diversas classes sociais existentes.
Enfim, em vista desta nova realidade social faz-se cada vez mais necessário buscar alternativas individuais para amenizar o sentimento da falta de segurança dos citadinos, uma vez que o Estado apresenta-se como insuficiente para tratar a questão da violência, que a cada dia traz novas configurações.
Por: Tábatha Pinho

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

·        WIEVIORKA, Michel. Violência hoje. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2006, vol.11, suppl., pp.1147-1153.
·        Marcelo Lopes de Souza, O desafio metropolitano: um estudo sobre a problemática sócio-espacial nas metrópoles brasileiras, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2000.

Breve análise da Unidade de Polícia Pacificadora-UPP



Para tratar um pouco mais da violência nada melhor do que lembrar um assunto bem atual e que trás algumas controvérsias.
O Rio de Janeiro passou por uma mutação onde indivíduos residentes em comunidades distintas podiam visitar-se sem problema algum, hoje a situação mudou devido aos mecanismos de controle impostos pelos traficantes e à rivalidade e aos choques entre quadrilhas baseadas em favelas diferentes. (Souza, 2000)
            Diante de tal situação, surgiu a necessidade de se criar um projeto capaz de controlar o avanço da criminalidade, nascendo então a UPP- Unidade de Polícia Pacificadora.
            A UPP é um projeto instituído pela Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro que tem como objetivo recuperar territórios empobrecidos e tomados pelo tráfico. A idéia é instituir polícias comunitárias dentro das favelas a fim de desarticular as quadrilhas.
            O projeto, apesar do bom desempenho que está tendo, veio sofrendo algumas críticas principalmente pelo fato dele ter iniciado seu processo em favelas situadas próximas à Zona Sul, ou seja, seria uma forma de diminuir a criminalidade nos bairros considerados mais ricos da cidade e não nos mais violentos. Além de tudo ser uma jogada política, já que o Rio de Janeiro será a cidade sede das Olimpíadas de 2016.  
            Outra crítica forte se refere ao fato de que na verdade a UPP não combate o crime organizado, e sim reorganiza a estrutura do crime, aumentando o número de milícias. Há quem diga que tudo isso é uma farsa e que nas favelas que foram instaladas as UPPs ainda podem encontrar traficantes, que continuam trabalhando com o tráfico de drogas, mas de forma menos intensa. Seria uma espécie de acordo feito entre a PM e os criminosos. Ou seja, os traficantes sumiriam com as armas e com os olheiros, e a polícia entraria na favela, sem sofrer resistência, não invadiria nenhuma residência e não prenderia ninguém, pois não acharia os criminosos, e assim a favela seria dada como pacificada. Dessa forma, não haveria mais marginais andando armados, não haveria o risco de balas perdidas e os moradores não sofreriam mais intimidações. Sendo feito assim, o tráfico continuaria existindo, discretamente, e todos sairiam “ganhando”, governo, sociedade e os “donos” das favelas.
            Em contrapartida, há também o lado que apóia e concorda com as iniciativas. Os argumentos a favor dizem que as UPPs permitiram que as comunidades pacificadas deixassem de ser dominadas pelos traficantes e passaram a contar com um policiamento menos invasivo e mais próximo da comunidade. Pesquisas mostram que desde a implantação das UPPs houve queda dos roubos a residências, veículos e ruas, e redução dos casos de homicídios. Tais fatos culminaram na valorização de imóveis situados próximos às favelas pacificadas. Além disso, as UPPs atraíram vários projetos sócio-culturais e de capacitação profissional para a comunidade.
            A verdade é que as UPPs estão longe de ser a resolução de todos os problemas. O que a população precisa é de políticas eficazes e contínuas que venham a corrigir problemas maiores e que sejam capazes de oferecer melhor qualidade de vida às pessoas. Garantindo o acesso de todos à educação, lazer, moradia, saúde, saneamento e trabalho. Enfim, precisa-se reconhecer e fazer valer os direitos de todo cidadão.
Por: Amanda Barreto 

Referências
SOUZA, Marcelo Lopes. O Desafio Metropolitano-Um estudo sobre a problemática sócio-espacial nas metrópoles brasileiras. Bertrand Brasil, 2000, p 191.

UPP repórter. Disponível em <www.seguranca.rj.gov.br> Acesso em: 02 de Julho de 2011.

Palavra do secretário. Disponível em < www.upp.rj.gov.br> Acesso em: 02 de Julho de 2011.






Comentários sobre o filme: "La Zona", da Dreamland Filmes, do ano de 2007


           Ao decorrer da disciplina Expressões da “Questão Social” (Cidades), do curso de Serviço Social da UFRJ, foi assistido o filme “Zona do crime (La Zona)”, que se passa na cidade do México, em um complexo residencial fechado protegido por seguranças chamado la zona. Apesar de estar cercado por uma enorme pobreza, o condomínio abriga apenas famílias de “classe alta”.
            Durante uma tempestade, um dos muros é derrubado e três jovens invadem La Zona com o intuito de roubar uma das casas, entretanto são surpreendidos pela proprietária que acaba sendo morta. A empregada da casa aciona o alarme, chamando a atenção dos vizinhos e seguranças do condomínio que matam dois dos assaltantes.
            O terceiro assaltante, o adolescente Miguel, consegue se esconder, porém fica encurralado dentro do condomínio, uma vez que os próprios moradores esconderam o ocorrido da policia e resolveram fazer justiça com as próprias mãos.
            O filme aborda a questão da violência urbana, uma vez que diversas pessoas são mortas e coagidas no decorrer da história, além do chamado “escapismo das elites urbanas” para esses grandes condomínios fechados, o que é algo cada vez mais recorrente em nossa sociedade.
            Marcelo Lopes de Souza (2000) trata desse fenômeno da auto-segregação das elites em seu texto “O Desafio Metropolitano" e destaca alguns dos diversos fatores que contribuíram para isso, sendo eles:
“1) Uma paisagem urbana crescente marcada pela pobreza e pela informalidade, inclusive nas áreas centrais e nos bairros residenciais privilegiados mais tradicionais; 2) a deterioração das condições gerais de habitabilidade e qualidade ambiental nos bairros residenciais privilegiados tradicionais devido a congestionamentos , poluição do ar etc.; 3) a busca por uma maior “exclusividade” social; 4)eventualmente, a procura de novos espaços residenciais que apresentassem amenidades naturais; e 5) o aumento objetivo da criminalidade violenta e de problemas associados a estratégias de sobrevivência ilegais (como as “balas perdidas” quando de tiroteios entre quadrilhas rivais de traficantes de drogas, a desvalorização de imóveis próximos a favelas etc.) (...)”



sábado, 2 de julho de 2011

 Mapa da Violência 2011 - Uma radiografia das mortes violentas de nossos jovens

   O Mapa da Violência 2011 é um estudo que mostra como a violência tem levado à morte os jovens brasileiros nas capitais, Estados, grandes conglomerados urbanos e municípios. É um lançamento conjunto do Ministério da Justiça e do Instituto Sangari, braço social da Sangari. 
   Em 2008, ano mais recente com dados disponíveis na pesquisa, a juventude de 15 a 24 anos representava 18,3% da população, mas o número de jovens assassinados (18.321) correspondeu a 36,6% do total de homicídios no país.
   O estudo tem grande relevância uma vez que aponta o aumento de homicídios entre a população jovem como fruto da violência que se apresenta no cotidiano das cidades brasileiras.

FONTE: www.mapadaviolencia.org.br/

sábado, 4 de junho de 2011

A tirinha abaixo demostra bem o sentimento de insegurança que ronda as cidades:


As cidades brasileiras têm sido constante palco da violência nos últimos tempos. Essa violência pode se expressar em diversos fenômenos, inclusive em pequenas atividades que há pouco eram consideradas comuns. Atitudes simples do dia-a-dia como atender o celular em público, sacar dinheiro no banco, andar mexendo na bolsa, entre outras, ganham uma maior atenção e passam a ser "motivos" para uma pessoa ser vítima de um assalto ou algo parecido.
Este fenômeno da violência urbana é influenciado por diversos fatores, entre eles: o desemprego, a deficiência na educação, a falta de investimento em políticas de segurança pública, o desenvolvimento de uma “economia paralela” (tráfico de drogas, comércio de mercadorias roubadas ou falsificadas) e o “consumo” da violência através dos meios de comunicação. De ser alvo de maior atenção por parte do Estado, para que se amenize esta sensação de insegurança que ronda os citadinos.
Dois jacarés são encontrados durante operação em Manguinhos



Dois filhotes de jacaré foram apreendidos por policiais do Batalhão de Benfica (22º BPM) durante operação em Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 06 de Abril de 2011.
Eles estavam em cima de uma laje e eram usados pelos traficantes para amedrontar vítimas e membros de facções rivais.
Duas pessoas, que seriam menores de idade, foram detidas. Segundo a polícia, elas usavam crack.
Também foram encontrados pedras da droga, material de endolação de entorpecentes, um carro roubado dentro da favela e seis motocicletas.
Além dos animais e dos menores, pelo menos seis motocicletas foram apreendidas durante a operação.
Os jacarés, o material e as pessoas apreendidas foram encaminhados para a Delegacia de Bonsucesso (21ª DP).

Fonte: R7


            A questão da rivalidade entre facções criminosas rivais nas comunidades do Rio de Janeiro não é mais novidade, entretanto, essa reportagem nos chamou a atenção, pois cada vez mais essas facções estão inovando suas técnicas de intimidação, já que além das armas, agora usam também animas para amedrontar seus inimigos, desafetos e quem mais interferir no andamento de seus negócios ilícitos, uma vez que esses chefes de quadrilha são segundo Sousa (2000), “simultaneamente legisladores, juízes e executores de suas “leis informais””
            Contudo devemos levar em consideração que quem mais sofre são os demais moradores dessas comunidades que ficam no meio desse fogo cruzado, seja de traficante contra traficante, seja de polícia contra traficante.


quinta-feira, 2 de junho de 2011

 Música: Violência Urbana - Decretus


♫ "A face da morte que eu consegui ver!
É igual aquela que me fez te perder
É igual ao tempo que levei pra perceber!
Que não se brinca de Rei sem antes ser
Hoje vemos sofrimento, ganância e muito mais,
O difícil de encontrar é a verdadeira paz!
Parece tudo uma cadeia alimentar
Onde todos querem seu capital aumentar
Onde os maiores cometem carnificinas,
Promovem infernos e grandes chacinas.
Somos Soldados de uma guerra desumana
Somos Soldados da violência Urbana
Vivemos em uma Guerra "sem saber"!
Somos Soldados sem querer ser!
Vivemos rodeados de Judas e Caifás
Que esperam um deslize, talvez, nem isso mais.
Para atacarem com seus golpes mortais
Pensando em aumentar seus poderes capitais.
Hoje vivemos à custa da falta de união
Deputados que disputam o famoso Mensalão
Também vivemos á custa de jogos mortais,
Agindo com parasitas, ou animais,
A verdade já foi dita na época do disco de vinil
Que a face da morte está na face do Brasil.
Somos Soldados de uma guerra desumana
Somos Soldados da violência Urbana
Vivemos em uma Guerra "sem saber"!
Somos Soldados sem querer ser!" ♫


Fonte: http://letras.terra.com.br/decretus/1112816/


Esta música revela a guerra constante que a população brasileira vem sofrendo. Não é uma guerra de fato, com bombas ou no campo de batalha, mas é uma guerra onde a ganância impera e um quer tirar vantagem do outro, seja por meios lícitos ou ilícitos.
A população está cansada de tanta mentira, corrupção e promessas que nunca são cumpridas. Enquanto políticos têm salários altíssimos, a população sofre com péssimas condições de saúde, educação e renda, por conta da sua má distribuição, por isso não é a toa que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil está abaixo da média da América Latina, apresentando, infelizmente, um dos piores índices de educação do mundo.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Tirinhas - Volência Urbana



As formas de violência e sua intensidade variam de uma época para a outra e até de uma sociedade pra outra. Observa-se ultimamente novas formas de representação da violência urbana, como a queima de transportes coletivos, ameaças de bombas, invasão de sites relacionados com o governo por parte de hackers, arrastões em vias principais da cidade, entre outros.
Todos estes fatos causam pânico entre a população que espera que o Estado possa garantir maior proteção aos cidadãos. Porém, pouco se observa sendo feito efetivamente para contornar esta situação. Muitas vezes os agentes da polícia fazem um trabalho de "enxugar gelo", pois são pouco capacitados, não possuem equipamento suficiente, têm baixos salários (o que facilita a corrupção e desmotiva o trabalho dos mesmos)...Enfim, não realiza-se um trabalho de prevenção da violência.


“A pobreza não é causa da violência. Mas quando aliada
à dificuldade dos governos em oferecer melhor distribuição
dos serviços públicos, torna os bairros mais pobres mais
atraentes para a criminalidade e a ilegalidade.”
Luís Antônio Francisco de Souza
Sociólogo

Violência urbana - uma questão de segurança pública ou política social?

    A Constituição de 1988 estabeleceu que o Estado é o responsável pela preservação da integridade física e patrimonial das pessoas. Todos os brasileiros e estrangeiros residentes no país e mesmo àqueles que estejam de passagem pelo território nacional possuem o direito a esta proteção. Mas será que somente o Estado é o responsável pela preservação da ordem pública ?
    Os vários segmentos que constituem a sociedade possuem objetivos em comum, e vivem sob o manto de um conjunto de regras que foram previamente estabelecidas. O Estado tem um dever para com os administrados, mas todas as pessoas são responsáveis pela preservação da ordem pública em seus diversos aspectos : segurança pública, salubridade e tranqüilidade.
    A morte de um cidadão trabalhador ou mesmo de um infrator possui conseqüências para todo o grupo social, mesmo que este não acredite ou não aceite os fatos. A violência não é apenas uma questão de polícia e não será resolvida com o aumento do número de vagas no sistema penitenciário. A realidade está cada dia mais próxima e o número de homicídios comprova que alguma coisa está errada no atual sistema.
As pessoas querem segurança e clamam por políticas sociais e a melhoria das condições de vida. A falta de distribuição de renda e a implantação de políticas educacionais que possam atender as necessidades da população são questões que devem ser enfrentadas na busca da diminuição da violência.
    A pobreza não justifica a prática da violência. O rico e o pobre devem cumprir a lei e esta deve ser igual para todos, sob pena de se cometer injustiças. Mas as pessoas também possuem o direito a uma vida com dignidade, que está representada por uma real possibilidade de crescimento profissional e econômico.
    O aumento da violência nos médios e grandes centros urbanos também é uma responsabilidade da sociedade por mais que esta não aceite este fato.A criminalidade em um primeiro momento pode até ser enfrentada com o emprego da força policial, mas esta não é e nunca foi a solução final para este problema.
Nas ruas brasileiras, existe atualmente uma guerra urbana onde muitos saem para o trabalho diário, mas não sabem se irão retornar para o lar e para as suas famílias. A prática de homicídios, roubos, seqüestros, rebeliões, não é mais um fato isolado que possa motivar alguma surpresa quando apresentado nos noticiários.
As famílias estão cada vez mais trancadas em suas residências, e os muros altos, as grades elétricas, e a presença de seguranças, não significam necessariamente um salvo conduto contra os criminosos. A dúvida que surge e que precisa de uma solução está representada pela seguinte indagação, o que fazer? A resposta não é simples e passa por vários setores, sendo os principais : a geração de empregos, a distribuição de rendas, saúde, educação, controle de natalidade, habitação, entre outros.
    O distanciamento do Estado e a falta de uma participação efetiva da sociedade são questões que devem ser estudadas para se evitar o crescimento da violência em determinados grupos sociais, que são mais carentes e muitas vezes vivem na marginalidade. As limitações sociais não justificam a violência, mas todos possuem o direito a uma vida com dignidade, que é diverso de uma vida marcada por luxos. A dignidade humana é um direito assegurado a todos os cidadãos, art. 1 º, inciso III, da CF.
    As pessoas não querem apenas cestas-básicas ou uma ajuda emergencial. O trabalhador precisa de um emprego e oportunidades para que possa crescer, constituir sua família e possuir um teto para se abrigar das intempéries e ter o seu merecido descanso após o cumprimento de sua jornada diária na lida.
    A solução existe e está ao alcance de todos, mas é preciso a união do Estado e da sociedade para que a liberdade, a fraternidade, e a solidariedade, sejam uma realidade neste belo país, que é formado por pessoas que o amam e acreditam na sua potencialidade e sabem que a violência pode e será vencida. 

Por Paulo Tadeu Rodrigues Rosa
Revista Jus Vigilantibus, Segunda-feira, 30 de dezembro de 2002

domingo, 15 de maio de 2011

O vídeo abaixo também fala das reformas urbana e sanitária, que ocorreram em um período em que o Rio de Janeiro se encontrava em péssimas condições de higiene e as doenças se proliferaram. Além disso, relata a reação da população diante da forma arbitraria com que foi tratada, uma vez que eram obrigados a se vacinarem contra varíola, sem nem mesmo saberem do que se tratava.

Revolta da Vacina

   Na imagem abaixo, pode-se perceber o caráter popular da revolta da vacina. O povo, que estava em situação de conflito, encontram-se armados com machados, serrotes, panelas e talheres, enquanto os agentes sanitários encontram-se montados em seringas e possuem como arma agulhas.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Reforma urbana do Rio de Janeiro - Pereira Passos

O surgimento da cidade capitalista se dá no século XIX. As cidades surgiam através do processo de urbanização e industrialização. Nesse momento as cidades eram degradadas, sujas, sem infra-estrutura, sem condições de ter uma qualidade de vida. As condições eram precárias, o proletariado adoecia muito e as habitações eram alugadas para os trabalhadores das indústrias.
Toda essa insalubridade acabava afetando a própria burguesia, não só em sua qualidade de vida, como também na reprodução da força de trabalho, uma vez que os trabalhadores ficavam doentes com freqüência, afetando diretamente a produção. A partir daí a burguesia passa a solicitar uma maior intervenção do Estado, com isso passa a se perceber a necessidade de uma reforma urbana.
 Essa reforma ocorre no final do século XIX , onde são criados os chamados bulevares (ruas, avenidas largas). No Rio de Janeiro, essa reforma se dá com Pereira Passos a partir de 1903.
“Era preciso acabar com a noção de que o Rio era sinônimo de febre amarela e de condições anti-higiênicas; transformá-lo num verdadeiro símbolo do novo Brasil” (Abreu, 1997). Para isso, tomou-se como referência o modelo das capitais européias, principalmente o parisiense.
A reforma era vista como progresso, onde era preciso modernizar a cidade para modernizar a sociedade. Estava muito atrelada a idéia de racionalidade, onde os sanitaristas usam a ciência para justificar o fim de algumas características das cidades. Por isso, ao começar as obras de embelezamento e saneamento das cidades, Pereira Passos pôs tudo abaixo, ocasionando diversas demolições, inclusive da moradia de várias pessoas, como os cortiços por exemplo, que eram espaços considerados violentos e insalubres. As ruas estreitas e escuras foram substituídas pelo alargamento de ruas e avenidas, o que possibilitou uma melhor ventilação, iluminação e circulação das pessoas.
Com a destruição de diversos cortiços, a população foi forçada a procurar outro lugar para morar, seja com parentes, pagando aluguel ou indo morar nos subúrbios. Foi a partir daí que começaram a surgir as favelas.
As alterações do espaço urbano realizadas por Pereira passos no Rio de Janeiro, estabelecem novas formas de se relacionar socialmente, novos hábitos e comportamentos da população. Durante esta transição da antiga “cidade colonial” para a “cidade maravilhosa”, cuja inspiração foi o modelo francês, também aumentam as tensões, a violência e a complexidade da autoridade policial (que acentuava o traço conservador da modernidade).
Pereira Passos, segundo o Jornal Folha do dia 03 de março de 1913, “(...) cuidou das habitações do proletariado e ergueu edifícios que atestam a nossa cultura de povo adiantado”. Este processo de “embelezamento da cidade” e as próprias mudanças culturais na cidade do Rio de Janeiro tinham de conviver ainda com traços conservadores como: o crescimento dos vendedores ambulantes, aumento do índice de criminalidade e a função civilizadora da polícia (resultante da falta de política  e cidadania na sociedade, onde a policia torna-se uma espécie de intermédio entre o governo e a população).
Posturas higienistas como a autorização de um fiscal verificar nos quintais das casas (espaço privado) se existiam riscos de insalubridade á população provocam conflitos. Estes passam a ser alvo de intervenção da polícia, que garante a inspeção com a presença de duas testemunhas.
Outros avanços são observados durante o processo de urbanização, como a ampliação do abastecimento de água, a iluminação a gás em algumas áreas nobres da cidade e o crescimento das casas de moda e das livrarias que anunciam o crescimento cultural. Porém, estas mudanças não configuram um plano organizado de reformas do Estado, são apenas algumas melhorias necessárias à uma capital que aumenta tanto sua população e que se apresenta como centro político e cultural do Brasil como o Rio de Janeiro nesta época.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O Calibre - Paralamas do Sucesso

♫ "Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo
Sem saber o calibre do perigo
Eu não sei d'aonde vem o tiro (2x)

Por que caminhos você vai e volta?
Aonde você nunca vai?
Em que esquinas você nunca pára?
A que horas você nunca sai?
Há quanto tempo você sente medo?
Quantos amigos você já perdeu?
Entrincheirado, vivendo em segredo
E ainda diz que não é problema seu

E a vida já não é mais vida
No caos ninguém é cidadão
As promessas foram esquecidas
Não há estado, não há mais nação
Perdido em números de guerra
Rezando por dias de paz
Não vê que a sua vida aqui se encerra
Com uma nota curta nos jornais

Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo
Sem saber o calibre do perigo
Eu não sei d'aonde vem o tiro (2x)" ♫


   Esta música do Paralamas do Sucesso retrata a violência vivida nas cidades, que passa a modificar os costumes dos citadinos. Deixando de frequentar certos lugares ("Aonde você nunca vai?"), de sair de casa em determinados horários ("A que horas você nunca sai?"), ou a falta de envolvimento do Estado na questão ("Não há Estado, não há mais Nação").
   O cidadão é muito penalizado com a violência urbana, pela perda de sua liberdade, com os riscos presentes no cotidiano, com a menor oferta de empregos e com a deterioração dos serviços públicos.
   A segurança deve ser considerada um direito de cidadania, pois significa liberdade (respeito ao indivíduo) e ordem (respeito às leis e ao patrimônio), que são fundamentais para o desenvolvimento econômico e social. Estudos da Fundação Getulio Vargas (FGV) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento estimam que os custos da violência atingem 10% do PIB, algo em torno de R$ 130 bilhões. São recursos que deixam de gerar empregos na cadeia produtiva, de investimentos e consumo, favorecendo a expansão apenas dos serviços especializados de segurança.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Cai número de vítimas da violência em fevereiro no Rio, diz ISP

15/04/2011 11h23 - Atualizado em 15/04/2011 14h28

Cai número de vítimas da violência em fevereiro no Rio, diz ISP

Mais de 400 pessoas foram vítimas de crimes no segundo mês do ano.
Houve redução no número de roubos de veículos e de rua.

Caiu o número de vítimas de crimes que ocorreram em fevereiro de 2011 no estado do Rio. O relatório foi divulgado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) nesta sexta-feira (15) e afirma que, em comparação ao mesmo mês do ano passado, houve diminuição de 23,5% no número de mortos.
Em fevereiro de 2011 foram 416 vítimas, enquanto que em 2010 este número chegou a 544 no mesmo período. Essas vítimas entram no índice ‘letalidade violenta’, que representa o total de homicídios dolosos, latrocínios, autos de resistência e lesão corporal seguida de morte.
Em relação aos meses de dezembro, janeiro e fevereiro houve redução de 16,4% se comparado com o mesmo período do ano anterior.
Roubo de veículo
Já o número de roubos de veículos caiu 14,1%, representando menos 245 casos. Foram 1.494 casos em 2011, contra 1.739 no mesmo período do ano passado. Em relação aos meses de dezembro, janeiro e fevereiro houve redução de 17,5% , totalizando menos 966 casos em relação ao mesmo período de 2010.
Os roubos de rua também apresentaram diminuição de 637 casos, totalizando 9,8% a menos. Foram 5.852 casos em 2011 e 6.489 no mesmo período do ano passado.
Vítimas de bala perdida
Em abril, o ISP divulgou balanço das vítimas de bala perdida em 2010 no estado do Rio. Segundo o relatório divulgado, ao todo foram 139 casos, sendo que 15 foram vítimas fatais, enquanto 124 ficaram feridas. Os números registrados do ano passado são os menores em três anos.

Fonte: G1 RJ

Segundo Wieviorka, as representações do fenômeno da violência mudam e novas formas de violência surgem a cada dia. Com isso, modificam-se também as maneiras de se perceber este fenômeno. Estas mudanças são fruto das trasnformações que ocorrem na sociedade como um todo e vão ser percebidas de diferentes maneiras de acordo com fatores como cultura, classe social, segurança, política, entre outros. É importante que haja uma mobilização para tentar entender melhor o fenômeno, pois isso "(...) faz com que a violência seja cada vez mais considerada aquilo que afeta existências singulares, pessoais ou coletivas, e não apenas, como com frequência ocorre, aquilo que põe em questão a ordem social ou política, o Estado que supõe dela deter o monopólio legítimo."


terça-feira, 12 de abril de 2011

Entenda o caso do massacre em Realengo...

"Na quinta-feira (7), por volta de 8h30, Wellington Menezes de Oliveira entrou na escola Tasso da Silveira, em Realengo, dizendo que iria apresentar uma palestra. Já na sala de aula, o jovem de 23 anos sacou a arma e começou a ameaçar os estudantes.
Segundo testemunhas, o ex-aluno da escola queria matar apenas as virgens. Wellington deixou uma carta com teor religioso, onde orienta como quer ser enterrado e deixa sua casa para associação de proteção de animais.
O ataque, sem precedentes na história do Brasil, foi interrompido após um sargento da polícia, avisado por um estudante que conseguiu fugir da escola, balear Wellington na perna. De acordo com a polícia, o atirador se suicidou com um tiro na cabeça após ser atingido. Wellington portava duas armas e um cinturão com muita munição.
Doze estudantes morreram --dez meninas e dois meninos-- e outros 12 ficaram feridos no ataque.
Na sexta (8), 11 vítimas foram sepultadas nos cemitérios da Saudade, Murundu e Santa Cruz. Já no sábado pela manhã, o corpo de Ana Carolina Pacheco da Silva, 13, o último a deixar o Instituto Médico Legal (IML), foi cremado no crematório do Carmo, no centro do Rio."
Fonte: Site de notícias da UOL 

Mas afinal, o que leva uma pessoa a cometer tamanha atrocidade? Porque a prática da violência é algo constante na vida do cidadão? Na verdade, as causas da violência são circunstâncias de diferentes fatores.
Assim como cita Tomas Hobbes, autor da frase "O homem é lobo do Homem", ele explica a anti-sociabilidade natural do homem, que por necessidade, e somente por isso, se sujeita à vida em sociedade, mas seu instinto primitivo pode eclodir a qualquer momento pelos mais variados motivos, sejam eles motivos políticos, sociais, econômicos, religiosos, ideológicos, psicológicos, emocionais..
Muitas vezes a falta de acesso às informações, de saber o que é certo ou errado leva uma pessoa a tomar uma atitude por impulso, sem que haja qualquer tipo de reflexão, de raciocínio. O desemprego, a falta de oportunidade gerada pelo próprio sistema capitalista que só visa o lucro, acaba por deixar cidadãos de bem “sem chão”, sem saída, no desespero por não ter como colocar um prato de comida na mesa, restando apenas mendigar, roubar ou em algumas situações tomar medidas mais drásticas para fugir da realidade, como o suicídio. Enfim, o tráfico, a crise familiar, o uso de drogas, a falta de acesso à educação, a falta de oportunidade e discriminação, são alguns dos fatores que levam à violência, e mais do que nunca cabe a nós cidadãos exigir que seja tomado alguma providência para que exista a ordem pública. A fim de que possamos andar sossegados pelas ruas e dormir em paz.