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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Breve análise da Unidade de Polícia Pacificadora-UPP



Para tratar um pouco mais da violência nada melhor do que lembrar um assunto bem atual e que trás algumas controvérsias.
O Rio de Janeiro passou por uma mutação onde indivíduos residentes em comunidades distintas podiam visitar-se sem problema algum, hoje a situação mudou devido aos mecanismos de controle impostos pelos traficantes e à rivalidade e aos choques entre quadrilhas baseadas em favelas diferentes. (Souza, 2000)
            Diante de tal situação, surgiu a necessidade de se criar um projeto capaz de controlar o avanço da criminalidade, nascendo então a UPP- Unidade de Polícia Pacificadora.
            A UPP é um projeto instituído pela Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro que tem como objetivo recuperar territórios empobrecidos e tomados pelo tráfico. A idéia é instituir polícias comunitárias dentro das favelas a fim de desarticular as quadrilhas.
            O projeto, apesar do bom desempenho que está tendo, veio sofrendo algumas críticas principalmente pelo fato dele ter iniciado seu processo em favelas situadas próximas à Zona Sul, ou seja, seria uma forma de diminuir a criminalidade nos bairros considerados mais ricos da cidade e não nos mais violentos. Além de tudo ser uma jogada política, já que o Rio de Janeiro será a cidade sede das Olimpíadas de 2016.  
            Outra crítica forte se refere ao fato de que na verdade a UPP não combate o crime organizado, e sim reorganiza a estrutura do crime, aumentando o número de milícias. Há quem diga que tudo isso é uma farsa e que nas favelas que foram instaladas as UPPs ainda podem encontrar traficantes, que continuam trabalhando com o tráfico de drogas, mas de forma menos intensa. Seria uma espécie de acordo feito entre a PM e os criminosos. Ou seja, os traficantes sumiriam com as armas e com os olheiros, e a polícia entraria na favela, sem sofrer resistência, não invadiria nenhuma residência e não prenderia ninguém, pois não acharia os criminosos, e assim a favela seria dada como pacificada. Dessa forma, não haveria mais marginais andando armados, não haveria o risco de balas perdidas e os moradores não sofreriam mais intimidações. Sendo feito assim, o tráfico continuaria existindo, discretamente, e todos sairiam “ganhando”, governo, sociedade e os “donos” das favelas.
            Em contrapartida, há também o lado que apóia e concorda com as iniciativas. Os argumentos a favor dizem que as UPPs permitiram que as comunidades pacificadas deixassem de ser dominadas pelos traficantes e passaram a contar com um policiamento menos invasivo e mais próximo da comunidade. Pesquisas mostram que desde a implantação das UPPs houve queda dos roubos a residências, veículos e ruas, e redução dos casos de homicídios. Tais fatos culminaram na valorização de imóveis situados próximos às favelas pacificadas. Além disso, as UPPs atraíram vários projetos sócio-culturais e de capacitação profissional para a comunidade.
            A verdade é que as UPPs estão longe de ser a resolução de todos os problemas. O que a população precisa é de políticas eficazes e contínuas que venham a corrigir problemas maiores e que sejam capazes de oferecer melhor qualidade de vida às pessoas. Garantindo o acesso de todos à educação, lazer, moradia, saúde, saneamento e trabalho. Enfim, precisa-se reconhecer e fazer valer os direitos de todo cidadão.
Por: Amanda Barreto 

Referências
SOUZA, Marcelo Lopes. O Desafio Metropolitano-Um estudo sobre a problemática sócio-espacial nas metrópoles brasileiras. Bertrand Brasil, 2000, p 191.

UPP repórter. Disponível em <www.seguranca.rj.gov.br> Acesso em: 02 de Julho de 2011.

Palavra do secretário. Disponível em < www.upp.rj.gov.br> Acesso em: 02 de Julho de 2011.






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