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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Respostas para as questões de discussão com base nos textos:

1) Considerando as transformações decorrentes do processo de globalização, das mudanças no mundo do trabalho e do novo caráter do Estado, discuta o papel das metrópoles na contemporaneidade.
R: A exclusão e as desigualdades que marcam a trajetória das metrópoles brasileiras vem sendo acentuadas pela integração do país à dinâmica da globalização. Com a produção flexível constitui-se um território em rede, onde as cidades, os polos e regiões transformam-se em pontos e nós dos fluxos de uma rede imensa e articulada.
As transformações contemporâneas do capitalismo estão igualmente associadas a um conjunto de medidas para resgatar a taxa de lucro, assegurar a competitividade e viabilizar a dinâmica globalizada do processo de acumulação. Estas medidas ainda envolvem a redução das funções do Estado e suas intervenções reguladoras, ênfase nos mecanismos de mercado e o enfraquecimento de articulações entre o mercado, a democracia e a cidadania social.
Para ajustar os trabalhadores aos novos requisitos da produção flexível e do capitalismo globalizado vem ocorrendo uma profunda reestruturação do mundo do trabalho e da própria vida social. Estas transformações têm levado a uma desregulamentação, flexibilização e fragmentação do mercado de trabalho, com a descoletivização, precarização dos contratos, redução dos direitos da ocupação em tempo parcial ou outras formas atípicas de emprego associadas ao crescimento do desemprego, enfraquecendo as identidades tradicionais de classe e restringindo o poder de reivindicação e representação dos trabalhadores.

4) Como se colocaria, na contemporaneidade, a pobreza urbana e quais as principais formas de representação do espaço público utilizados pelos segmentos empobrecidos?
R: A intensidade da pobreza é definida a partir da renda média dos pobres. Sua dimensão vem se acentuando na contemporaneidade em decorrência dos processos de segregação sócio-espacial e segmentação urbana.
Os contornos da pobreza tornam-se cada vez mais delimitados e cristalizados em zonas decadentes das áreas centrais, favelas e loteamentos periféricos. Essa concentração em áreas homogênas afeta as condições de vida e a rede de relações de cada indivíduo, a qualidade dos serviços públicos, a probabilidade de conseguir trabalho gera maior atraso e abandono escolar e gravidez precoce. Além de que os serviços públicos como escolas e postos de saúde localizadas nestas áreas de concentração da pobreza, funcionam mais precariamente. A presença do Estado nestas áreas mais carentes é pautada basicamente pelo controle sociel e pela repressão.
5) Como se apresenta, em termos de "polítcas urbanas", a associação entre o poder público e iniciativa privada?
R: É importante observar que foram as lutas sociais que transformaram a questão social em uma questão política e pública, transitando do domínio privado das relações entre capital e trabalho para a esfera pública, exigindo a intervenção do Estado no reconhecimento dos novos sujeitos sociais como portadores de direitos e deveres, e na viabilização do acesso a bens e serviços públicos pelas políticas sociais.
A esfera pública é espaço de lutas sociais entre diferentes projetos, por vezes antagônicos, e revela a insuficiência da esfera privada para processar novas relações sociais.
O contexto da globalização expressa profundas transformações no movimento de produção e reprodução da vida social, determinadas pelas mudanças na esfera do trabalho, pela reforma do Estado e pelas novas formas de enfrentamento da questão social, com grandes alterações nas relações público/privado.

Referências:
CARVALHO, Inaiá Maria Moreira de.Globalização, metrópoles e crise social no Brasil. EURE (Santiago) [online]. 2006, vol. 32, n.95, pp.5-20.
RAICHELIS, Raquel. Gestão pública e a questão social na grande cidade. Lua Nova, São Paulo, 69:13-48,2006.


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